
Londres inaugura espaço de exposição permanente sobre a vida de David Bowie

Um espaço de exposição permanente dedicado à lenda britânica do rock David Bowie abre as portas no sábado (13) em Londres, com a ambição de explorar a vida e obra do artista que faleceu em 2016.
Localizado no vasto edifício da nova sede do 'Victoria and Albert Museum' (V&A), o espaço reúne quase 90.000 peças procedentes dos arquivos pessoais do cantor e compositor.
Entre os objetos estão peças de roupa, partituras e fotografias, além de cartas valiosas que documentam os anos em que o músico iniciava a carreira artística.
Apenas 200 objetos permanecerão expostos ao público, mas os visitantes têm a possibilidade de consultar, se solicitarem, outras peças conservadas nos arquivos.
"Não acho que eu conseguiria suportar todos os reveses que ele sofreu e continuar sorrindo, ainda cheio de confiança e combatividade", escreveu o pai do artista, Haywood Jones, em uma carta enviada a uma empresa na qual Bowie esperava trabalhar.
Outra correspondência, com data de julho de 1968, enviada pela gravadora Apple Records ao artista, demonstra as rejeições que ele sofreu no início da carreira.
"Como afirmamos por telefone, a Apple Records não está interessada em contratar David Bowie. Não consideramos que ele é quem estamos procurando no momento", diz o texto.
A exposição também inclui material que documenta a influência do cantor de "Let's Dance" sobre outros artistas.
"Eu sinto que toda a minha carreira foi um apelo artístico para que você me notasse", escreveu em uma carta a estrela do pop americana Lady Gaga.
Outros documentos revelam projetos que nunca se concretizaram, incluindo uma adaptação do livro "1984" de George Orwell. O artista também contemplava criar um musical inspirado na Londres do século XVIII.
Os figurinos de personagens como Thin White Duke, Ziggy Stardust ou guitarras também foram incluídos nesta imersão no universo do artista.
"Nós tivemos muita sorte que (o arquivo) chegou em um estado realmente bem organizado", declarou Sabrina Offord, do V&A, à AFP.
Na década de 1990, explica Offord à AFP, Bowie "enviava material para sua equipe para inclusão no arquivo, com notas explicando o contexto de onde esse material vinha e onde ele achava que deveria ficar", acrescentou.
K.R.Jones--EWJ