English Woman's Journal - As cinco missões de Ancelotti em sua estreia pelo Brasil

As cinco missões de Ancelotti em sua estreia pelo Brasil


As cinco missões de Ancelotti em sua estreia pelo Brasil
As cinco missões de Ancelotti em sua estreia pelo Brasil / foto: Mauro PIMENTEL - AFP/Arquivos

Depois de uma calorosa recepção no Brasil, chegou a hora de trabalhar: Carlo Ancelotti estreia no comando da Seleção na próxima quinta-feira (5), contra o Equador, pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026, com a missão de reconciliar a equipe com a torcida.

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Ancelotti é a grande aposta para que Vinícius Júnior, Raphinha e companhia melhorem o desempenho do time brasileiro antes do Mundial do ano que vem.

Embora esteja na zona de classificação direta a quatro rodada do fim das Eliminatórias, o Brasil ocupa apenas a quarta colocação, com dez pontos a menos que a líder Argentina, que já garantiu sua vaga.

Estas são as cinco missões de Ancelotti, que nesta segunda-feira comanda seu primeiro treino para o jogo no Equador, antes do duelo contra o Paraguai, em São Paulo, no dia 10 de junho.

- Encontrar um camisa 9 -

A fonte parece ter secado: acostumado com artilheiros de alto nível como Romário, Ronaldo e Adriano, o Brasil atualmente carece de um centroavante confiável.

Nestas eliminatórias, Igor Jesus, do Botafogo, foi o único da posição a marcar e ficou fora da primeira lista de Ancelotti.

Richarlison (Tottenham), velho conhecido do italiano por sua passagem pelo Everton, foi chamado, mas é possível que o treinador decida deixá-lo no banco contra Equador e Paraguai.

A ausência de um 9 "não me preocupa. No Real Madrid, Ancelotti conseguiu ter um grande time sem um centroavante, com jogadores como Vinícius Júnior e Rodrygo" para compensar, disse à AFP o jornalista Juca Kfouri.

- Consolidar um meio-campo -

Kfouri antecipa que o "problema" principal é "quem alimentará o ataque".

Com os meias de criação substituídos nas categorias de base brasileiras por volantes defensivos e pontas velozes, a Seleção sofre com a escassez de ideias e talento no meio-campo.

Nos dois últimos jogos, contra Colômbia (vitória por 2 a 1) e Argentina (derrota por 4 a 1), quatro nomes foram testados na posição: Bruno Guimarães, Gerson, André e Joelinton. Nenhum convenceu.

No Real Madrid, Ancelotti "tinha Toni Kroos para abastecer Vini. O Brasil não tem um Toni Kroos", opinou o jornalista britânico Tim Vickery no podcast The Brazilian Shirt Name.

Não em vão, a primeira lista de Ancelotti traz a maioria das novidades no meio-campo, especialmente o ex-capitão Casemiro (Manchester United), de volta depois de um ano e meio.

Outro que retorna é Andreas Pereira (Fulham), enquanto Andrey Santos (Strasbourg), uma das esperanças para o setor, estreia em uma convocação para as Eliminatórias.

- Encontrar laterais -

Outra crise de identidade no futebol brasileiro: a falta de laterais com potencial ofensivo, no estilo dos lendários Cafu, Carlos Alberto Torres e Roberto Carlos.

Pela esquerda, Ancelotti aposta em Carlos Augusto, que não joga pela seleção desde 2023 e acabou de ser vice-campeão da Liga dos Campeões com a Inter de Milão.

O italiano também contará com a dupla do Flamengo, Wesley (direita) e Alex Sandro (esquerda), a quem viu jogar no Maracanã na semana passada, em uma sofrida vitória por 1 a 0 sobre o Deportivo Táchira da Venezuela pela Copa Libertadores.

- Classificar -

Embora a Seleção tenha feito uma campanha sem brilho nas Eliminatórias até agora, uma estreia com duas vitórias pode valer a classificação antecipada.

No entanto, a equipe terá que encarrar dois adversários sólidos, especialmente o Equador (vice-líder, com 23 pontos), à frente de Brasil (21 pontos) na tabela, assim como o Paraguai, quinto.

"O Equador é o favorito no jogo contra o Brasil. E o jogo contra o Paraguai vai ser duríssimo", prevê Kfouri.

Em setembro, a Seleção enfrentará Bolívia (8ª) e Chile (10º, lanterna).

- Reconquistar a torcida e encantar -

Além dos resultados, o primeiro estrangeiro a comandar a Seleção em 60 anos tem a missão de reconquistar os torcedores, que têm na memória décadas gloriosas em que a o Brasil amedrontava os rivais.

A chegada de Ancelotti também pode representar um sopro de ar fresco em um país polarizado, onde a camisa amarela é usada como símbolo por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

"Essa coisa da extrema direita ter se apropriado da camisa amarela. Isso trouxe um distanciamento de parte do país" em relação à Seleção, destaca Kfouri.

"Carletto" pediu que a torcida brasileira jogue junto com a Seleção: "Espero ter o apoio e a ajuda do país", disse o treinador quando assumiu o cargo, na semana passada.

B.Jamieson--EWJ